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Pesquisa agropecuária completa 113 anos de história em Lages

São 113 anos de ciência, de tecnologia em lugares onde sequer há internet, de estudos em laboratórios aplicados nos rincões mais distantes. São 113 anos de uma parceria que sempre deu certo e proporcionou os melhores resultados.
No maior município em extensão territorial de Santa Catarina, a pesquisa agropecuária atinge uma marca épica. A Estação Experimental da Epagri em Lages (EEL) completou 113 anos, e nada mais justo que celebrar este momento histórico.
Por isso, foi realizada nesta sexta-feira, dia 9, uma solenidade com a presença de autoridades como o presidente da Epagri, Dirceu Leite; e a prefeita de Lages, Carmen Zanotto, além de convidados e imprensa. Todos os colaboradores da EEL foram convidados a estar presentes como forma de valorização e agradecimento ao trabalho que cada um desempenha.
Na ocasião, também foi assinado um acordo de cooperação técnica para execução do projeto Bacia Hidrográfica Escola Vila Comboni, que será desenvolvido entre Epagri, Prefeitura de Lages, Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) com o objetivo de monitorar eventuais impactos ambientais das atividades da Epagri no bairro Vila Comboni, situado ao lado da Estação.

Mais de um século de pesquisa em prol de Santa Catarina

A história celebrada nesta sexta-feira começou em abril de 1912, como Posto Zootécnico Federal. Ao longo das décadas, o local recebeu novas nomenclaturas e alternou a gestão entre Estado e União. Até que, em 1991, com a criação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), foi definido como Estação Experimental de Lages (EEL), nome que carrega até hoje e se consolida cada vez mais.
Localizada em uma área de 142 hectares, no alto do Morro do Posto, bairro da região central da cidade e assim batizado justamente em referência ao antigo Posto Zootécnico, a EEL tem o foco na pecuária de corte, com pesquisas voltadas à sustentabilidade, tecnologia e ecossistemas de inovação.
As principais linhas de trabalho envolvem biodiversidade do campo nativo, pré-melhoramento e melhoramento genético de espécies forrageiras, indicação de cultivares, manejo de pastagens, biotecnologia, sistemas integrados de produção agropecuária, monitoramento e estratégias de manejo para a diminuição dos gases de efeito estufa, sistemas integrados de produção, manejo do solo, árvores no sistema pastoril, alternativas na nutrição e produção animal, homeopatia e ovinocultura.
A campo, utiliza-se da tecnologia de drone para manejo de pastagens, uso de comedouros automáticos para a alimentação animal e equipamentos modernos que permitem a avaliação de consumo de forragem e ganho de peso dos animais.
Mais de 45 projetos de pesquisa voltados à pecuária de corte com sustentabilidade estão em andamento na EEL, na Fazenda Amola Faca (São José do Cerrito) ou em parceria com outras unidades da Epagri. Dentre os resultados, diversas tecnologias foram publicadas, especialmente na indicação de cultivares de forrageiras, manejo de pastagens, árvores no sistema e produção animal.
Ainda em Lages, além da área experimental de campo, a EEL possui uma estrutura de casa de vegetação, local de manejo de solos e substratos, centro de manejo animal, estruturas de manejo de amostras vegetais e solos.
Também possui quatro laboratórios: nutrição animal (análises bromatológicas), o qual também presta serviços à comunidade externa, além do apoio à pesquisa; biotecnologia, sanidade animal e homeopatia e sanidade vegetal.

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Investimentos no campo experimental e nos laboratórios

Só em equipamentos utilizados em campo e nos laboratórios, os investimentos do Governo do Estado na Estação Experimental de Lages ficam na casa dos R$ 2 milhões nos últimos dois anos. Como capital humano, a EEL possui 42 colaboradores, sendo 16 pesquisadores, sete técnicos de laboratório, uma estatística, uma analista de mercado, três assistentes de pesquisa, um programador de informática e 13 operários rurais.
Também conta com profissionais terceirizados no apoio de campo, bolsistas de pós-graduação das ciências agrárias e ambientais e bolsistas de outras áreas do conhecimento via Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).


A fim de interagir também com o público externo e a comunidade em geral, a Estação Experimental de Lages mantém parcerias com instituições de pesquisa e ensino, tem um jornalista, recebe visitas técnicas de estudantes universitários, promove eventos de divulgação com produtores em parceria com a extensão rural e realiza dias de campo para apresentar tecnologias e resultados.

Texto: Pablo Gomes, jornalista bolsista Epagri/Fapesc
Fotos: Oneris Lopes/Amures

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