O coração da rainha, dos lageanos, dos visitantes e turistas da cidade berço do turismo rural brasileiro acelera forte no ano em que Lages comemora 259 anos, nas estações mais aconchegantes do Sul, ao longo da transição entre o outono e o inverno, com seu charme e seus prazeres proporcionados
Do vestido de prenda de CTG à camisa social de advogada. Das lidas do sítio à musculação firme na academia. Do microfone na mão para cantar e louvar a Deus na igreja à furadeira para consertar coisas em casa. Do rosário de agradecimento aos ceús aos livros companheiros. Dos pincéis de maquiagem ao tênis de corrida. Da calmaria da oração ao sangue agitado do exercício físico intenso. Do chapéu campeiro à coroa de pedrarias brilhantes. Amanda Aparecida Bianchini Moraes. Guarde bem este nome. À frente da realeza da 35ª Festa Nacional do Pinhão, a poética rainha Amanda se desdobra em inúmeras outras “Amandas” para realizar atividades diárias, dar conta de compromissos, cuidar do corpo e da mente. Uma jovem de 26 anos com cabeça madura e uma agenda tão recheada semelhante à dos executivos de empresas que praticamente não param nem de dia nem à noite.
Depois do anúncio de sua vitória como rainha da Festa Nacional do Pinhão 2025 sua vida nunca mais foi a mesma. Está faltando pouco, menos de um mês para o início de um dos maiores eventos históricos, culturais, artísticos, folclóricos e gastronômicos da região Sul do Brasil, e o coração acelera cada vez mais. O coração da rainha, dos lageanos, dos visitantes e turistas da cidade berço do turismo rural brasileiro acelera forte no ano em que Lages comemora 259 anos, nas estações mais aconchegantes do Sul, ao longo da transição entre o outono e o inverno, com seu charme e seus prazeres.
Lageana de berço e coração, e criada em Lages, como ela mesma diz, escolheu sua cidade Natal para viver e realizar novos sonhos. A rainha mora no bairro Brusque, é filha de Jocely Bianchini Moraes e Alcione José Moraes, tem dois irmãos, Alberto e Alex, e tem três animaizinhos de estimação – três cachorros – as cadelas Zara, uma rottweiler; a menorzinha, Moca, e o cãozinho, “de dentro de casa”, Fred.
Amanda, como se já era de esperar, é uma mulher moderna, do século XXI, daquelas que 24 horas são poucas para tantos afazeres. Graduada em direito, a rainha é empreendedora do ramo da beleza, e atualmente atua como maquiadora e penteadista. É cantora, praticante de corrida, religiosa com várias atividades, e está na missão do reinado lado a lado da primeira princesa, Lariane Rodrigues, e da segunda princesa, Alice Cunha Ramos, eleitas no fim de março deste ano.
No seu caderno de incumbências e entretenimentos de Amanda tem espaço para o amor ao tradicionalismo, praticado junto ao Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Planalto Lageano, como prenda de CTG, e o amor a Deus, com sua presença diária no Cerco de Jericó, na Igreja Nossa Senhora Aparecida do Navio.

– Servir ao povo
Abrir mão de um fluxo de agenda veloz por uma causa nobre. Acordar cedo e dormir tarde da noite são o novo hábito de regra na vida da rainha, experimentando um outro tipo de correria. “Servir ao meu povo e a minha terra, mostrar ao mundo a nossa linda tradição e nossa riquíssima cultura. Portanto, estou conciliando as duas responsabilidades e de forma prazerosa.”
– Lageana “faca na bota” essa rainha, hein?!
Uma lageana de verdade. “Nascida e criada aqui, nunca morei em outro lugar. A cidade que me viu nascer, crescer, dar os meus primeiros passos, onde tive meus primeiros contatos e as primeiras paixões pelas coisas que faço hoje. Possui uma cultura recheada de coisas nas quais eu acredito, amo e confio. Esta terra tem meu coração, pois falar desta gente é FALAR DE MIM.”
– E como a Festa do Pinhão entrou na vida de Amanda? Melhor deixar ela mesma contar
“Eu frequento a Festa do Pinhão desde que eu me entendo por gente. Eu sempre lembro, até hoje, da minha primeira vez assistindo a Sapecada da Canção Nativa. Foi um momento muito marcante, eu consigo lembrar do sentimento naquele momento. A coisa que mais me chama a atenção sempre foi o meio tradicionalista dentro da Festa, que aos poucos estava se perdendo, mas agora está havendo este resgate. Estou muito feliz por isto também. Lembro de ir com a minha família quando pequena, de ver muitas famílias também indo à Festa, o nosso povo lageano frequentando a Festa, e eu não era muito ligada a shows nacionais não. Então, eu recordo de dois shows, especificamente, que eu assisti, que foi o do Zezé Di Camargo e Luciano – o meu pai era muito fã dele [eu lembro de um episódio, eu no ‘cangote’ dele, assistindo ao show da Claudia Leitte, de quem a minha mãe era fã], e um do Gustavo Lima, porque sempre que eu ia ‘pra’ Festa, a gente ficava no palco 1, inclusive, eu já me apresentei no palco cultural, cantando, dançando, na edição Origens, na 30ª edição. Eu dancei lá no palco nacional, então o que fazia me brilhava aos olhos era o palco 1. Enfim, os bailes, os shows nativistas, de pessoas que eu admirava, conhecia o trabalho e acompanhava.”

– O que a Festa do Pinhão é para você?
“Para mim, a Festa é gente reunida, é abraço apertado, calor humano, é aconchego, receptividade, é música boa, cultura, tradição, pinhão na chapa, pinhão cozido, paçoca de pinhão, entrevero, comidas típicas, é amigos e família reunida, aproveitando junto tudo isto que Lages tem para nos propiciar.”
– O que emociona você quando se fala em Festa do Pinhão?
“Saber que foi algo que começou tão pequeno, e hoje é reconhecido nacionalmente e até internacionalmente, porque vem gente de fora do país também, inclusive para participar da nossa Sapecada. Idealizado por Aracy Paim e tomou uma proporção tão grande. E não por conta de shows nacionais, mas pela questão da tradição. A tradição foi o cerne da Festa e não falar de tradicionalismo não tem sentido. Então, me emociona saber que a nossa cultura e a nossa tradição têm força para se tornar o que a gente conhece hoje, que é a Festa Nacional do Pinhão.”

– E por que ser de Lages lhe envaidece?
“O que me causa emoção em Lages é porque se trata da minha terra natal, a terra que me viu nascer, me viu crescer, me viu dar os meus primeiros passos, a terra que me acolheu, que me formou a pessoa que eu sou hoje, que me trouxe tantos ensinamentos, que me traz, na verdade, todos os dias, tanto aprendizado, tanta evolução na terra em que eu passei momentos dificílimos da minha vida e felicíssimos também. Tive realizações pessoais, enfim, por tudo que já aconteceu aqui e o que ainda vai acontecer, e o amor que eu tenho por esta terra. Ser serrana de coração, de alma e de coração e jamais ter pensado na possibilidade de sair, estudar fora. Por permanecer nestas raízes que são importantes ‘pra’ mim.”
– Primeira tentativa de ser rainha há sete anos e o ressignificado da vida quatro anos após a experiência do concurso
“Com relação ao concurso, eu já havia tentado em 2018, pela primeira vez. Infelizmente não recebi o título, mas eu tive um crescimento muito, muito grande devido a esta experiência. Eu tinha muito receio, muita vergonha de falar em público, eu era muito travada neste sentido, então foi um desafio, um me desafiar mesmo. Participar do concurso foi um exercício de me desafiar, que funcionou, e não recebi o título, mas eu cresci em muitos outros aspectos. Em 2018, participei do concurso em si, cheguei a passar pela pré eletiva e a participar da data do concurso no evento que elegeu as três. Eu era muito novinha ainda. O processo de seleção foi bem diferente deste ano, as perguntar eram sorteadas no dia do desfile e eu fui COM MEDO e muita coragem para enfrentar este medo gigante, porque na época eu era muito envergonhada, jamais conseguiria dar uma entrevista, pois falar em público para mim era um martírio (chegava a chorar de nervosismo quando me pediam para falar algo). Mesmo assim eu decidi ir e encarar o receio, parecia um monstro de sete cabeças (não falei bem, mas o ‘conseguir falar’ para mim foi uma grande evolução). Não ganhei o título, mas eu GANHEI MUITO MAIS, ganhei experiência, aprendizado, maturidade. Sem dúvidas eu definitivamente NÃO ESTAVA PRONTA, foi um passo neste processo longo. Eu poderia ter desistido ali, mas não era um ‘fogo de palha’, um sonho vazio, havia um propósito.”

– A vida sem ensaios
“Em 2022 eu decidi participar novamente, depois de ter melhorado muito minha timidez e me ver muito mais madura e responsável para seguir. Eu, nesta vez, infelizmente, não consegui finalizar a etapa, não cheguei nem na pré seletiva, porque eu tive um problema de saúde, um AVC [Acidente Vascular Cerebral] hemorrágico, que me impediu e não me possibilitou de participar e continuar na disputa. O problema paralisou todo o lado direito do meu corpo, e isto me deixou internada e impossibilitada de continuar na seletiva (inclusive isto aconteceu no segundo encontro, desde de manhã até a noite, quando tínhamos reunião lá na Fundação Cultural).”
– O milagre da recuperação em tempo recorde e a humildade de tentar entender os desígnios divinos
“Eu costumo dizer que o AVC foi a pior coisa da minha vida em se tratando de dificuldade, porque em um dia você está bem, no outro perde os movimentos e fica quase que totalmente inválida, sem sair de uma cama, precisando de ajuda para comer, mas também foi a melhor coisa, pois foi a fase da minha vida que me trouxe mais crescimento pessoal, foi quando eu pude discernir quem eu era de fato e precisei ter forças para continuar. Eu sempre fui católica e de muita fé, mas foi neste momento que eu e toda a minha família e amigos também se apegaram juntos, todos unidos em oração em prol da minha recuperação – eu acredito em milagre, e tenho certeza que este foi um, porque era para eu voltar a andar em até dois anos e em menos de 20 dias eu já estava dando os primeiros passos, com a ajuda dos fisioterapeutas. Na época tudo que eu pensava era que EU PRECISAVA VIVER AQUILO, pois o que é nosso ninguém pega, e isto vale para as dificuldades também. Não sabia o motivo ainda, mas nunca questionei a Deus – por que comigo?! Sempre acreditei nos planos dEle e confiei que Ele teria o melhor, e foquei na minha recuperação. Dediquei-me incansavelmente, e o sonho ainda existia, mas ficou adormecido, e eu entendi que não era para acontecer, já que junto com o AVC fui pedida em noivado e começamos a morar juntos para ele cuidar de mim porque eu estava convulsionando mesmo tomando remédio (o que não era permitido no regulamento, e por isto não participei em 2023 e 2024, ano que, por sinal, seria o último em que eu poderia participar em razão da idade). Meu casamento estava marcado para o fim do ano, e eu definitivamente não iria mais participar, e foi esta certeza que não poderia mais que me fez aceitar fazer uma palestra para as meninas do concurso em 2024, passando para elas a minha vivência no mundo tradicionalista, minha experiência no concurso e também algumas dicas de maquiagem pela minha profissão.”

– As mudanças bruscas e voltas por cima que a vida deixa dar
“De abril a outubro tivemos uma ‘queda’ no relacionamento, o que resultou em um término no início de novembro. Com isto passei a morar sozinha e ele com os pais dele! Neste ano, quando abriram o edital do concurso, muitas pessoas me mandaram a publicação, incentivando a participar, sabendo que nada mais me impedia. Fui surpreendida com a novidade de aumento de idade, e já que eu não era mais noiva e também não morava mais junto (atualmente só namoro), pensei em tentar novamente, mas demorei decidir porque agora não era mais o medo de falar em público, mas sim o medo de voltar naquela mesma sala que me lembrava de tanta coisa. Sob a mesma perspectiva de candidata, entreguei para Deus, como tudo da minha vida, e deixei para fazer minha inscrição no último dia e nos últimos 30 minutos (caso desse alguma coisa errada, não era para ser – ‘kkk’). Fui com medo mesmo. Todos os dias que tínhamos reunião eu passava na igreja antes e entregava o dia e pedia que fosse feita a vontade de Deus. Eu confiava que o que tivesse que ser, seria. Eu entendo que a vida se alinhou para eu por um ponto final nesta história, que ficou sem fim, só com uma vírgula, e finalmente ter a chance de encerar este ciclo. E foi com este pensamento que fui participar, para encerrar um ciclo e viver novamente toda a experiência (sem criar expectativa de coroa, queria viver o processo, deixar a vida surpreender).”

– Tudo no seu tempo. Tudo no tempo de Deus – Vitória com gostinho de esperança, de agradecimento a Deus pelas novas oportunidades
“E aí, em 2024 seria o meu último ano, porém, eu não estava dentro do regulamento, então eu não participei. Aí mudou a gestão [pública municipal] e aumentaram a idade para participação, o que me permitiu, porque aí eu já estava encaixada dentro do regulamento. A partir do momento da inscrição e principalmente depois de ter passado no corte, busquei contratar profissionais para me ajudarem a desenvolver as minhas habilidades e melhorar a minha preparação, à qual inclui-se um treinamento com Ana Carolina de Lima, sobre oratória, por indicação de uma amiga, pois comunicação é um grande ponto de avaliação, crucial para o concurso. A minha família, meus amigos e meu namorado me deram total suporte; me motivaram, acreditaram em mim e me deram forças, e isto sem dúvidas deixou as dificuldades mais leves e cada pequena vitória, mais comemorada. O incentivo em participar novamente partiu deles. Participei e fui agraciada com o título. Conquistei o título com muito esforço, dedicação, com certeza.”
– O que passa pelos pensamentos e coração da rainha, que só ela sabe?
“O que eu senti ao concorrer em 2025? Eu senti muita força, determinação, resiliência, porque ao mesmo tempo que eu queria, eu tinha medo de não conseguir. Por conta de tudo que eu tinha passado naquela mesma sala da Fundação Cultural com relação ao meu AVC – eu acho que foi no segundo encontro do concurso de 2022 que eu tive o problema. Eu estava dentro daquela sala e voltar àquela mesma sala, tendo tantas recordações ruins e boas… Eu achei que eu não conseguiria conter a emoção, me centralizar, focar no que precisava ser focado e, de passo a passo, muito nervosismo envolvido, mas, ao mesmo tempo, muita dedicação, que me acalmava de certa forma. Eu senti muita coragem da minha parte, de voltar lá, de dar a cara a tapa, de me expor. De certa forma, todas as vezes nós nos expomos sem saber o que virá pela frente, mas pensando no crescimento pessoal e na realização de um sonho, talvez, que graças a Deus veio com muita alegria.”

– “Parecia estar dentro de um sonho, difícil de acreditar: Eu consegui!”
“Para ser bem sincera, a primeira vez que eu usei o traje oficial foi no dia seguinte ao concurso, pois a gente foi dar várias entrevistas. O meu sentimento era de… Eu estava incrédula com o que estava acontecendo, eu não estava acreditando que de fato eu estava ali e que eu tinha me tornado a rainha da Festa Nacional do Pinhão e demorou, acredito, que umas duas semanas, para que esta ficha caísse. Eu ia nos compromissos e cumpria a agenda que tinha, mas ainda sem acreditar. Muito emocionada, e tinha ciência da responsabilidade da representação que eu precisava passar, dos desafios. Contudo, estava incrédula nos primeiros dias. ‘Será que é um sonho ou é real?’, eu indagava. Havia belas mulheres bem preparadas ao concurso. Mas acredito que Deus prepara a hora de cada um conquistar o que almeja. Eu me dediquei incansavelmente. Meu sentimento foi de espanto, surpresa, mas muito, muito feliz, muito realizada.”
– Como foi desfilar com o vestido de uma ex-realeza da Festa?
“Foi uma noite que não dá para esquecer.Desfilar, no concurso, com o vestido de uma ex-realeza é um momento marcante demais, porque foi histórico. Nunca aconteceu isto e todas as candidatas puderam vivenciar esta sensação de se sentir um pouquinho realeza também, pois a gente usou vestidos carregados de história, um peso histórico imenso, em que a gente precisava representar não só aquelas meninas que usaram o vestido, mas sim a população toda que foi representada em todos aqueles anos por aqueles trajes. Então foi muito especial.”
– Realeza de Lages ditando moda: Requinte e sofisticação da estação, com matérias-primas como a lã, elementos da natureza da Serra, ícones de feminilidade e a bandeira de lutas sociais e de gênero
“Com relação aos trajes, a dona Bere [Berenice Lopes] e a Ana Lopes [estilistas da La Unica Ateliê] são incríveis em ideias, criação e em confecção. São as responsáveis pelos trajes que a gente tem já, e que também vamos ter. Todos trazem história, algum significado imponente, importante. Um traje não é simplesmente uma roupa, é algo representativo Elas são muito queridas, muito abertas às sugestões. Querem que a gente goste do que está vestindo. Por diversas vezes perguntaram: ‘E aí, gostaram?’ Elas nos deixaram muito confortáveis. É uma alegria muito grande. Hoje temos dois trajes oficiais de passeio para eventos mais informais, um é composto pela calça jeans com bordado em branco, em pérola e uma camisa branca com bordado em pérola também, com cinto todo trabalhado, que a gente usa para ocasiões mais informais, por ser mais ‘despojadinho’. Traz à tona a feminilidade, mas de uma forma diferente. E para os mais formais atualmente a gente tem usado uma camisa com bordados em alto relevo, com pinheiro araucária bordado no lado esquerdo do peito, que é para mostrar o amor do lageano pela terra, nossa cultura e nossa tradição. O símbolo da nossa Festa, o pinhão, com flores para representar a feminilidade da mulher, e uma saia roxa toda com design bem elegante, muito atual. A tonalidade roxa também representa a mulher, e nesta edição, pela primeira vez, a realeza está usando chapéu gaúcho no lugar da coroa em algumas ocasiões. Para justamente ‘linkar’ ao fato daquilo que é o mais importante, que é o chapéu, a tradição. Entre os acessórios, brincos de pérola barroca. E nos pés, salto para representar a feminilidade e a delicadeza.”
– Espelho, espelho meu: Especialista em maquiagem
“Eu gosto de maquiagem, inclusive trabalho com isto, sou maquiadora e penteadista. A minha preferência, quando se trata de maquiagem, é algo mais sutil, algo mais de embelezamento e não de transformação, uma pele não tão carregada, um olho não tão carregado. Algo apenas para embelezar e melhorar a autoestima da mulher, mas não para transformá-la em outra pessoa.”
– O que muda na rotina de uma mulher recém eleita rainha da cidade?
“O meu cotidiano mudou significativamente porque eu, apesar de fazer os meus horários, de não precisar bater cartão, por exemplo, preciso trabalhar para que consiga me sustentar. Hoje em dia eu moro sozinha, então me sustento. Tenho os meus custos de aluguel com o estúdio, moradia, água, luz, Internet e comida, principalmente, custo com carro também. Ou seja, tenho um custo considerável, mas eu me organizei para isto. E é uma responsabilidade que eu tenho com a realeza agora, que é me doar inteiramente a isto, para desenvolver da melhor forma o meu papel, porque é só um ano. A gente sabe que passa muito rápido e eu precisei, apesar de fazer os meus horários e conseguir me ajustar nesta questão de tempo, me desvincular da minha vida, me abster de muita coisa e me colocar inteiramente à disposição. Questão de horários, trancar minha agenda. Eu tinha uma reserva financeira em caixa, pois havia me programado. Eu não estou atendendo e agendando clientes para este período, para ficar inteiramente à disposição, porque a gente sabe que surgem compromissos do dia para a noite em que a gente precisa estar presente. Como eu trabalho com penteado e maquiagem, normalmente é para eventos, festa de formatura, casamento. Envolve os sonhos das pessoas também. Tenho responsabilidade com a realeza e agora eu quero me dedicar inteiramente a uma causa na qual eu acredito, representar a nossa cultura, levá-la a outros horizontes.”
– Como era antes?
“O que eu costumava fazer todos os dias era organizar minha rotina para conseguir levar uma vida saudável, com relação à alimentação e à atividade física, pois a prática de atividade física sempre foi muito importante para mim. Meu trabalho, evidentemente, organização da casa, e eu conciliava com algum estudo e também leitura, mas basicamente era isto, nos dias de semana, rotineiro mesmo. Aí em fins de semana é que alterava alguma coisa, principalmente no domingo, porque no sábado normalmente eu estou trabalhando desde cedo até a noite por conta da minha profissão.”
– Pontos positivos de ser realeza são singulares
“Para mim, a vantagem de ser realeza é poder dar voz àquilo em que eu acredito, aquilo que antes eu não ouvia falar tanto, e que de certa forma em alguns momentos eu não me senti representada. Dar voz à cultura, à tradição, a nossa riqueza, o que a gente tem de mais valioso aqui na nossa região. A principal vantagem não é financeira, não é de ficar famosa, até porque eu não desejo nada disto. Eu já tenho minha profissão. Estou aqui de fato neste cargo, estou feliz demais e realizada, mas pelo servir, por me doar. As portas se abrem naturalmente. ‘Tu’ precisa fazer com amor, precisa se dedicar com amor, entregar para as pessoas amor e dedicação infinitas. Servir a nossa população, a nossa Festa, porém, não para se autopromover. Defender aquilo no que acredito.”
– Existem desafios no caminho?
“É um eterno desafio, é um eterno se desafiar. No falar, no agir, as entrevistas que a gente concede, participação em televisão, produção de conteúdo, conversa com pessoas, é um eterno desafio de crescimento, mas tudo vale a pena. Às vezes, um pouquinho mais tímida, reservada. Neste momento não existe a possibilidade de ser desta forma. Você assumiu uma responsabilidade e precisa estar preparada para tal. A partir da hora em que vai fazer a inscrição, precisa ter a total convicção e ciência do que está por vir, que é algo sobre o qual muita gente às vezes não pensa e acaba se frustrando depois. Mas, no meu caso, eu já estava preparada, portanto, eu estou realizadíssima. A gente se desafia a todo instante mesmo, provando para si mesmo de que você é capaz, sim, de fazer tudo que está sendo proposto e não se limitar.”
– Saber lidar com a exposição excessiva
“A exposição em excesso gera a consequência da participação voluntária de outras pessoas com relação a sua vida. E isto é muito natural, então a gente precisa estar psicologicamente preparada para isto, para as críticas, para os mais variados comentários. Precisamos compreender que isto faz parte do processo e ‘tá tudo bem’. Existe o cansaço, a falta de sono, ou a vontade comer às vezes. Mas isto não é nada comparado ao que vale a pena, que é dar voz ao que eu acredito e é por isto que eu estou aqui.”
– Pés no chão e lembrar da essência
“Os aprendizados e lições foram somente reforçados, de algo que eu já sabia que existia. A gente precisa ter muito pé no chão para não se perder no caminho, e manter a nossa própria essência, a nossa própria verdade, continuar sendo quem de fato somos sem se perder no caminho. Não se deve esquecer das pessoas e de onde veio, esquecer que no próximo ano vão ter outras três mulheres no posto de realeza e o teu momento vai ter passado. Em resumo, você deve aproveitar de forma intensa e com verdade, sem esquecer dos outros e sem passar por cima das outras pessoas. O legado que você vai deixar vai ser imensurável, todos irão lembrar de você com carinho. Sem inventar nenhum personagem e vestir a camisa por inteiro. Em um dia você é desconhecida, no ouro estão parando você no mercado para tirar fotos. O título traz visibilidade, mas é passageiro. Os dias de fama passam, e só a essência permanece. Conseguir alcançar os corações.”
– A realeza recebe “salário”?
Uma curiosidade do público é se rainha e princesas são remuneradas. Já pensou? Ser realeza, estar em evidência, viver histórias únicas e ainda receber para isto? A rainha e as duas princesas recebem um valor como contribuição única para o período de 12 meses, quando estarão à disposição da Festa Nacional do Pinhão, Fundação Cultural de Lages (FCL) e da Prefeitura, como representantes oficiais.
– Mulheres mais maduras puderam participar do concurso
Em 2025, a Prefeitura de Lages, por intermédio da Fundação Cultural (FCL), promotora do evento, ampliou a faixa etária para as mulheres interessadas na participação do Concurso da Realeza da Festa Nacional do Pinhão. “Com relação à extensão das idades, eu achei bastante significativo, muito corajoso da parte da organização, mas muito bom. Eu gostei porque o aumento de idade é também o aumento de experiências e de maturidade, para se saber lidar com tudo o que vai acontecer, saber que a vida não vai ser um mar de rosas e saber lidar com estas adversidades. Imprescindíveis muita paciência e discernimento do que precisa fazer, do que pode fazer, do que deve fazer, e dedicação.”
– Maratona de embelezamento e eventos
O roteiro de compromissos da realeza é frequente e intenso e costuma ter eventos acrescidos com a proximidade da data da Festa Nacional do Pinhão. “Os dias de realeza são corridos. A gente vai cedo para o Salão, se veste lá mesmo ou passa no Ateliê para se vestir, conforme a demanda de tempo. Já vamos direto para os compromissos, paramos para almoçar, já na sequência emendamos outras programações e está sendo bem corrido, mas vale a pena. Já participamos de alguns eventos como realeza. Prestigiamos a primeira Sapecada de Otacílio Costa [município comemorou 43 anos de emancipação], além de outras atrações, e acredito que agora a agenda se intensifique mais e virão muitos outros eventos e algumas viagens já programadas.”
A realeza foi presença confirmada na Noite Tradicionalista no dia 14 de maio, promovida pela Escola Sesi Lages [bairro Gethal] – Educação de Jovens e Adultos (EJA) Profissionalizante – Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com show de Paulinho Guazzelli e Ana Learth – Fundação Cultural de Lages (FCL) e apresentações do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Planalto Lageano – Planalto por Tradição, Lageano de Coração.
No mais recente fim de semana, rainha e princesas compareceram às festividades de 43 anos de emancipação político-administrativa/aniversário – em 10 de maio – e, na mesma data, houve o Gala Bolshoi, no CentroSerra Convention Center.
– Realeza chega de surpresa na festa do “mêsversário” de cinco meses da Cecília com decoração da Festa Nacional do Pinhão
A princesinha Cecília Ventura Steinck recebeu a realeza na tarde de sábado (10 de maio) em sua casa, como uma grata surpresa na festinha de seu “mêsversário” de cinco meses. Com enfeites alusivos à Festa do Pinhão e até faixa de Realeza Baby, a neném, rainha e princesas, familiares e amigos ficaram encantados e bem à vontade com estas convidadas ilustres.
– Rainha como intérprete protagonista do jingle da Festa
“Do pinheiro nasceu a pinhão, da pinha nasceu o pinhão”. O jingle oficial da Festa Nacional do Pinhão, criado pelo comunicador Chico de Assis será entoado pela rainha Amanda Bianchini. “Foi uma linda surpresa receber o convite para ser, pela primeira vez na história, uma representação feminina no jingle da Festa, enobrecendo o posicionamento e o protagonismo que a mulher pode e deve ter na nossa região, principalmente na nossa cultura e tradição, em que é muito difícil de se instaurar algo neste sentido, por ser um ambiente amplamente masculino. A maior inserção da figura feminina nestes meios, como em rodeios e CTGs, é uma luta permanente. Já evoluímos tanto com relação a isto, e agora esta representação feminina no jingle vai trazer ainda mais representação, e com respeito. Quando se fala em raízes, se fala em tradição. E quando se fala em tradição, não se fala somente em homens. Por que os CTGs estão aí? Existem muitas danças, existem sim as danças somente com homens, que é a dança da chula, a dança biriva, somente homens no palco, mas existem as danças que são com pares. Necessariamente precisa do protagonismo feminino. Uma voz feminina no jingle abre espaço para que as mulheres que gostam da cultura e do tradicionalismo sejam vistas. Estou muito feliz com isto, por ter aceitado o convite com muita alegria para representar, digamos assim, o que eu vim fazer. Vivo isto de verdade, eu vivo a cultura e o tradicionalismo, eu sei do que eu estou falando, eu sei das minhas vivências, então acredito que a população não se sentirá desrespeitada.”
– Rainha vai cantar na Sapecada
Amanda complementa: “A inovação que eu mais gostei foi as Sapecadas da Serra e da Canção Nativa serem na Praça João Costa em fim de semana e em horário acessível para atrair famílias. A Sapecada hoje é um dos maiores festivais da América Latina e muita gente não tem noção disto. Pisar no palco desta Sapecada é um sonho para muita gente, inclusive para mim. E neste ano eu vou ter a possibilidade de pisar naquele palco pela primeira vez com uma música, ‘Mulheres’, canção que passou na triagem. Só de a música ter passado já é uma grande vitória, mas pisar naquele palco é mágico, é incrível, é lindo. É um sonho de infância. Eu sempre sonhei com aquilo, porque eu lembro da primeira vez que eu assisti à Sapecada e este ano vai ser ainda mais especial por conta disto. A respeito desta inovação de trazer a Festa para o Centro, eu achei inteligente, corajoso e autêntico, pois há muito tempo muitas pessoas não conseguiam acompanhar a Sapecada, mesmo querendo, porque não queriam se deslocar até o Parque de Exposições por ser distante, ou por ter custo para entrar na Festa, custo com o estacionamento, enfim, trânsito para ir. Foi pensado na população de Lages. As crianças vão poder acompanhar, são os adultos de amanhã. Se a gente não cultiva as tradições através das crianças e não incentiva esta prática desde pequeno, pouco a pouco ela vai se perdendo e vai morrendo. Bonito e incrível, pela primeira vez, no fim de semana, em horário “ok” para os pais e seus filhos em um ambiente familiar e de cultivo da tradição.”
– Recanto do Pinhão refugiado na memória e na alma
“O Recanto para mim é o cerne. O alicerce, o pontapé inicial de tudo que hoje em dia a gente tem como referência. A Festa Nacional do Pinhão é referência para muitas outras cidades e em muitos aspectos, e tudo por conta de algo que começou tão pequeno, como uma confraternização entre amigos despretensiosos, apenas para celebrar a amizade, a vida. O esteio da Festa é o Recanto do Pinhão.”
– As novidades de uma Festa de lageano para lageano
Neste ano de 2025, quando a Festa Nacional do Pinhão chega a sua 35ª edição, serão propostas inovações nos instrumentos de levar os lageanos para mais perto do evento que retrata a sua identidade, os seus costumes, folclore, história e cultura, gerando intimidade entre Lages e seu povo nativo de berço e seus filhos de coração.
Com a edição Raízes, a Festa Nacional do Pinhão será promovida ao longo de 17 dias, pela Prefeitura de Lages, de 6 a 22 de junho, período em que acontecem os espetáculos regionais no Recanto do Pinhão Aracy Paim, no Calçadão da Praça João Costa. De 18 a 22 de junho, cinco shows nacionais gratuitos, com estrelas do mundo artístico brasileiro da atualidade, irão brilhar no Estádio Municipal Vidal Ramos Júnior.
Evidência ao tradicionalismo, nativismo e arte com a 23ª Sapecada da Serra Catarinense e a 31ª Sapecada da Canção Nativa nos dias 13, 14 e 15 de junho, um dos mais expoentes festivais do segmento da região Sul do Brasil. Eventos paralelos à Festa Nacional do Pinhão serão realizados em outros locais – Mercado Público Municipal Osvaldo Uncini e CentroSerra Convention Center.
Entre as novidades da Festa Nacional do Pinhão 2025 estão o Concurso Realeza Mirim em 17 de maio, às 14h, no Mercado Público de Lages, com eleição da rainha mirim, 1ª princesa e 2ª princesa; cinco shows nacionais gratuitos, com famosos nomes do cenário musical na atualidade, no Estádio Municipal Vidal Ramos Júnior; programação do Recanto do Pinhão de 6 a 22 de junho, ou seja, roteiro mais extenso e de reverência aos talentos locais e regionais; a voz feminina, da rainha Amanda Bianchini, no jingle oficial; a cor lilás nos trajes da realeza, em alusão ao combate à violência contra a mulher; casal de mascotes gralhas azuis com um a estética mais jovem, um design infantil, e apresentações musicais de renome nacional, no Mercado Público e no CentroSerra Convention Center, como Traia Veia, no dia 24 de maio, em um “esquenta” antecipado; Danilo e Davi no dia 13 de junho, e grupo Pixote, em 18 de junho – os três no CentroSerra. “Sobre as atrações com artistas regionais e nacionais já divulgadas, todas são muito boas. Tem muito ainda a ser publicado, então vamos aguardar. Mas, tenho certeza que todos estão muito empenhados para fazer uma Festa linda. O fato de ser tudo gratuito ao público em locais tradicionais da cidade, eu achei uma ideia excelente. A Festa do Pinhão não é da Prefeitura, não é de uma empresa privada, a Festa é nossa. Tanto é que uma Festa de sucesso ou não muito depende também de nós, como cidadãos, como população. Está voltando a sua origem e está sendo feita para o lageano com o maior carinho possível, com maior dedicação e atenção.”
– Cinco shows no feriado prolongado de Corpus Christi para aproveitar o lazer e passeios
O espetáculo musical marcado para o dia 18 de junho (quarta-feira), véspera do feriado nacional estendido de Corpus Christi, será da dupla sertaneja Guilherme & Benuto, iniciando, com grande estilo, a sequência de shows nacionais do evento. A primeira dupla confirmada, também do sertanejo, Fenando & Sorocaba, se apresentará no dia 19 de junho (quinta-feira – feriado de Corpus Christi), animando os espectadores com suas canções. Na sexta-feira (20), o reggae e rock alternativo catarinense da banda Dazaranha levará a plateia ao delírio com suas músicas, precedida pela banda lageana Ondastral, com seu gênero de rock alternativo em uma miscelânea de hardcore, rock, reggae, metal e rock progressivo.
A noite do dia 21 de junho, o sábado do feriado nacional de Corpus Christi, será da cantora da atualidade, Yasmin Santos. O quinto e último show será anunciado ao público em breve.
– Repercussão do público
“O feedback das pessoas com relação a nós como trio está sendo bem positiva. As pessoas nos param na rua, dizendo que é a primeira vez que veem um trio tão conectado, tão simples e tão carismático, que traz consigo tanta verdade e que de fato sente amor de nós pela cultura, pela tradição, pelas raízes. Extremamente importante para nós ter esta receptividade do povo, das pessoas falarem mesmo sem nos conhecer a fundo, e conseguirem absorver e ter ciência.”
– Do que o coração vai apertar de saudade?
“Do que eu vou mais sentir saudade creio que seja do convívio com todas as pessoas que estão nos acompanhando. O pessoal da Fundação Cultural, as pessoas da La Unica e da Léia Salão. São todos extremamente receptivos e queridos. Todos atentos ao trabalho que precisam prestar. E deve-se mencionar a qualidade do serviço, no agir, no tratar. Pessoas muito humanas. Este convívio e, principalmente, com as princesas, com quem a gente desenvolveu e está desenvolvendo uma amizade muito bonita e forte, muito real neste pouco tempo em que a gente teve contato. A gente já se identifica em vários aspectos e eu acredito que isto também vai me fazer muita falta. Dos momentos juntas, das 24 horas conversando, da troca de informação, das preparações juntas ‘pra’ tudo. Do carinho, do respeito, da empatia uma pela outra.”
– Dedos cruzados e contagem regressiva
“As minhas expectativas para a Festa são as maiores e melhores possíveis. Estou muito confiante nesta edição Raízes, na expressividade e na autenticidade. Traz muita verdade, amplas mudanças necessárias e um vasto resgate histórico e cultural da nossa das nossas raízes, do que de fato é a Festa do Pinhão.”
– A rainha nas redes sociais
“Tenho rede social. Atualmente uso o Instagram também para divulgar o meu trabalho como maquiadora e penteadista. E lá eu mostro, aliás, o meu dia a dia, da realeza, muita verdade, tudo o que eu faço, questão de cantar, de servir na igreja, das coisas que eu gosto de praticar, atividade física e cultura. Tradição também vai ter bastante lá, mas tudo de forma muito leve, muito verdadeira.” Instagram – @amandabianchinistudio (pessoal) e @studio_amandabianchini (profissional).
– Agora vamos conhecer os gostos pessoais da rainha
Vamos embarcar nesta?
– O clima predileto da rainha? Aposta em qual?
“O nosso inverno maravilhoso. Eu amo o inverno.”
– Músicas nativistas no TOP 1 da sua playlist
“Omeu estilo de música preferido é, de fato, a música tradicionalista, a música nativista aqui da nossa região serrana também. Músicas de baile eu não costumo ouvir, mas gosto sim de frequentar bailes, de dançar, principalmente. As músicas nativistas estão no TOP 1 da minha playlist, contudo, sou bastante eclética, gosto de vez em quando acompanhar um sertanejo, um pagode. Não sou adepta de funk, nem músicas eletrônicas. E quando se trata de rock, quando são os mais tradicionais, eu gosto.”
– Cantor e banda?
“Tenho algumas referências no mundo nativista e tradicionalista, mas não tenho um preferido que eu possa elencar. Temos artistas talentosos da nossa região.”
– Laranja e verde e, combinadas, formam um visual lindo
“Tenho duas cores preferidas. Gosto muito de laranja e verde, são as minhas cores favoritas.”
– Olha o tanto de coisas que ela gosta de fazer
“Sobre os meus hobbies, eu canto música nativista, canto também na igreja, sirvo na igreja, no Ministério de Música. Gosto de ler, gosto de praticar atividade física, sou muito adepta da musculação e corrida, e gosto de ir para o sítio. Também andar a cavalo, gosto de tomar mate, que é o tradicional chimarrão, gosto de viajar, gosto de fazer coisas diferentes, de me aventurar. Eu gosto de estar sempre em movimento, sempre testando coisas novas. Gosto muito também de arrumar as coisas, de consertar coisas. Tenho uma personalidade que ataca nesta hora, que eu chamo de minha versão ‘Pereirão’ [apelido da personagem Griselda na novela Fina Estampa, interpretada por Lilia Cabral, entre 2011 e 2012]. Eu gosto de inventar moda, enfim, fui criada desta forma, é algo que eu trago comigo. Também gosto de estar envolvida no meio musical, de cantar, de dançar. Tenho vários, vários, vários hobbies.”
– Colorada ao quadrado por causa do pai
“Não tenho um time preferido, mas tem o time do meu pai, que eu digo que torço ‘pra’ ele, mas eu não acompanho muito, que é o Internacional e o Inter de Lages também. Lá, vez em quando, eu acompanho o futebol, os jogos, mas não é algo que eu consigo me manter focada por um longo espaço de tempo.”
– Uma rainha nada extravagante. Pelo contrário, discreta e clássica
“O meu tipo de roupa preferido é estilo alfaiataria, nada muito decotado, nada muito justo, nada muito curto. Calça e blazer são as principais pedidas.”
– Um look serrano
“Vestido de prenda. Pilcha tradicional.”
– Uma mania?
“Mania de servir os outros. Eu me sinto bem fazendo o bem para outras pessoas. Às vezes isto me prejudica muito em alguns aspectos porque eu estou sempre querendo servir ao outro; às vezes mesmo que não seja algo bom para mim, se vai ser bom para o outro eu escolho servir o próximo e em primeiro lugar.”
– Claro que o prato favorito é feito de pinhão
“Entrevero de pinhão.”
– Bebida?
“Café.”
– Perfume das flores
“Aprecio o perfume das flores e talvez o perfume da minha mãe também.”
– Um livro e um filme
“Vou ficar devendo, porque são vários, e aí para eu elencar não vou conseguir escolher só um.”
– Uma crença?
“A minha religião, católica.”
– Um ídolo?
“Quero citar um grupo daqui da nossa região, também filho de Lages, que furou a bolha e conquista e arrasta multidões, o Quarteto Coração de Potro, nascido em Lages, cria da nossa cidade e que está avante na música e é referência na música nativista para todo o nosso país, para todo o mundo.”
– Lugar inesquecível na Argentina
“Um lugar que não dá para esquecer foram as Missões, na Argentina, durante o Projeto Garrão de Potro, do qual eu participava, de integrantes dos CTGs, em que a gente levava a cultura, a nossa tradição e a nossa verdade para outros países. A Argentina foi um destes países onde a gente foi participar de um festival cultural, com vários outros países, além do Brasil, como o Peru. Trocávamos cultura e informações de regionalidade de cada lugar. Esta viagem foi inesquecível e foi a primeira vez que eu saí do país. A primeira e única vez, por enquanto.”
– Amor ao tradicionalismo vem de casa
“Algo que toca meu coração e me emociona é saber que se hoje eu estou aqui, falando de cultura e de tradição com muito carinho, respeito e muito amor, é porque lá atrás, quando eu era criança, eu fui ensinada e incentivada neste meio tradicionalista, a a partir da lida de campo, cavalos, música, Centro de Tradições Gaúchas. Meu irmão é gaiteiro, então desde muito novinha eu sempre estive envolvida em rodeios, em CTGs, em ambientes culturais, vivendo da nossa tradição, da nossa cultura, cultivando isto tudo dentro já da minha própria família. E só ressaltou ainda mais o meu gosto por tudo isto. Aprendi a gostar, a aprender, a querer saber mais sobre e, aliás, por incentivo do meu avô, Nelson Heraldo Arruda Bianchini, já falecido.”
– Falando no seu querido avô, uma saudade?
“É dele, do meu avô, que eu sinto saudade, suas lembranças. Porque se não fosse talvez por ele, o meu irmão não teria se encontrado neste meio e eu, por consequência, também não, porque o vô sempre foi um incentivador, é do nosso regionalismo mesmo.”
– Uma lembrança?
“Os meus primeiros momentos de tradição, de cultivo da cultura no sítio com o meu avô, que é o que ocasionou todo o resto.”
– O sonho de conhecer a Europa, o país terra da Fontana di Trevi
“Um lugar que eu gostaria de conhecer é a Itália, talvez a Europa toda, na verdade, mas a Itália em especial porque a minha descendência é italiana. Creio que haja muita história para vivenciar lá, é um sonho ainda conhecer um dia, se Deus quiser.”
– Uma rainha que quer ter uma princesinha ou um principezinho
“É um sonho ser mãe. É um sonho de infância ser mãe e não sou mãe ainda, mas sempre sonhei em ser, e o dia em que este sonho se realizar acho que vai ser muito especial. Um projeto de vida é construir uma família nos moldes de Deus, baseada em Deus, com um casamento tudo certinho, com os filhos criados na igreja, nas orações, nos moldes e no que a igreja diz, no que a igreja traz, no que a igreja nos ensina.”
– O que você deseja para Lages?
“O que eu desejo para Lages é cada vez crescer mais, ser maior para que o mundo conheça a cidade pujante que a gente tem aqui, tanto tem a oferecer a tantos lugares do planeta.”
– “Ser rainha significa ser o rosto de uma Festa”
“Nossa cultura riquíssima. Ser rainha não é criar um ‘degrau’ entre a realeza e o povo, é SER UMA EXTENSÃO DO POVO para que de fato se sinta verdadeiramente refletido e representado.”
“Todo o nosso povo está com sede de Festa e o povo lageano ama uma Festa do Pinhão. Portanto, estejam todos convidados e muito bem-vindos a minha, a sua, a nossa Festa Nacional do Pinhão.” – Rainha Amanda Bianchini
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Nilton Wolff e Arquivo pessoal/Divulgação